quarta-feira, 19 de março de 2014

Atividades permanentes

Queridos amigos e colegas de trabalho, abaixo algumas orientações pedagógicas sobre atividades permanentes.



Atividades permanentes de alfabetização

As atividades permanentes de alfabetização são situações de ensino e aprendizagem propostas diariamente às crianças, até que elas cheguem à hipótese alfabética. São atividades orientadas pelo princípio metodológico da resolução de problemas, pelo propósito de favorecer a compreensão das regras de geração da escrita alfabética e pelo entendimento de que a alfabetização é resultado de um exercício permanente de análise e reflexão sobre a língua.
O princípio metodológico da resolução de problemas pressupõe que essas atividades sejam sempre situações desafiadoras, ou seja, ao mesmo tempo difíceis e possíveis de fazer. Para tanto, em se tratando da alfabetização, é condição o professor conhecer as hipóteses de escrita das crianças para adequar a tarefa ao que elas podem realizar e para agrupá-las de modo que possam trabalhar produtivamente, aprendendo umas com as outras, ajudando-se umas as outras, questionando-se...
Uma atividade é uma situação de aprendizagem de fato quando:
Ø  As crianças precisam por em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo em torno do qual o professor organizou a tarefa;
Ø  As crianças têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem a produzir;
Ø  O conteúdo trabalhado mantem suas características de objeto sociocultural real sem transformar-se em objeto escolar vazio de significado social;
Ø  A organização da tarefa pelo professor garante a máxima circulação de informação possível.
As atividades permanentes de alfabetização, tal como são aqui concebidas, são basicamente de seis tipos (e, sempre que possível, devem estar articuladas a outras propostas de trabalho e/ou situações cotidianas vivenciadas pelas crianças):
Ø  Escrever (como conseguir);
Ø  Encontrar palavras em versos de textos conhecidos;
Ø  Encontrar itens de listas, quando se sabe do que são as listas;
Ø  Encontrar respostas para adivinhas;
Ø  Preencher cruzadinhas;
Ø  Ordenar textos.
São situações de “ler sem saber ler” e de “escrever sem saber escrever convencionalmente”, que exigem que a criança utilize diferentes procedimentos de analise e reflexão sobre a escrita:
Para poder ‘ler’ textos quando ainda não sabe ler convencionalmente, e necessário que utilize o conhecimento de que dispõe sobre a escrita e tenha informações parciais acerca do conteúdo do texto, podendo assim fazer suposições a respeito do que pode estar escrito.
Ø  Para poder escrever textos quando ainda não se sabe escrever, é preciso que escolha quantas e quais letras vai utilizar – e, se a proposta for trabalhar junto com um colega que faz outras opções de uso das letras, refletir a respeito de escolhas diferentes para as mesmas necessidades.
Ø  Para poder interpretar a própria escrita quando ainda não sabe ler e escrever, é preciso justificar as escolhas feitas, para si mesma e para os outros, com todas as explicações que isso demanda: por que sobram letras, por que elas parecem estar fora de ordem, por que parece estar escrito errado conforme seu próprio critério, etc.
Quando as crianças ainda não compreenderam como funciona a escrita alfabética, ou seja, não compreenderam a natureza da correspondência letra-som, algumas recomendações são importantes e, por isso, seguem abaixo. Elas vão desde propostas mais adequadas para crianças com hipótese pré-silábica até as recém-alfabéticas:
Se as crianças ainda não estabelecem relação entre fala e escrita é fundamental criar situações de aprendizagem para que:



Ø  Assistam muitos atos de leitura em que e mostrado onde esta escrito o que se lê;
Ø  “Leiam” textos cujo conteúdo sabem de cor, recebendo previamente a informação de qual texto e, para que possam tentar ajustar o que sabem que esta escrito com a própria escrita;
Ø  Escrevam pequenos textos (que lhes façam sentido) e ‘leiam’ suas escritas para o professor, justificando suas escolhas;
Ø  Trabalhem com colegas que já compreenderam que ha relação entre fala e escrita, mas que ainda não estejam alfabetizados;
Ø  Realizem atividades com o próprio nome e com os nomes de pessoas que gostem.
Se já estabeleceram relação entre fala e escrita, mas ainda não compreenderam a natureza da correspondência letra-som, e fundamental planejar situações de aprendizagem em que, além de procedimentos semelhantes aos descritos acima, as crianças:
Ø  ‘Leiam’ textos fazendo uso de outras estratégias de leitura além da decodificação (ou seja, estratégias de antecipação, inferência, seleção, verificação); sejam desafiadas a pensar no valor sonoro convencional das letras; interajam com colegas que dão soluções diferentes para os desafios colocados pelas atividades.
– por exemplo, quem já tem algum conhecimento do valor sonoro convencional das letras trabalhando com quem ainda não tem.
E, quando compreenderam muito recentemente a escrita alfabética, e fundamental planejar situações de aprendizagem para que as crianças:
Ø  Leiam muitos textos de conteúdo parcialmente conhecido, de forma a se sentirem seguras para ler cada vez mais;
Ø  Realizem atividades que coloquem em questão a divisão do texto em palavras e a ortografia;
Ø  Trabalhem com colegas que já considerem a divisão do texto em palavras e a ortografia.
Assim, o trabalho com atividades permanentes de alfabetização deve começar pela familiarização das crianças em relação aos procedimentos necessários para ‘ler sem saber ler’ e ‘escrever sem saber escrever’. É fazendo esse tipo de atividade que elas vão compreendendo como é possível proceder... De início, com ajuda do professor, depois, com os colegas e depois sozinhas. É isso o que tem sido chamado de delegação progressiva de responsabilidade: à medida que as crianças vão se familiarizando com uma tarefa que não lhes é ainda conhecida, o professor vai passando da posição central para a de monitor – quando elas assumem gradualmente responsabilidade de execução da tarefa.
O fato é que as atividades permanentes de alfabetização não variam muito, pois o mais importante nesse caso não é a novidade, mas sim a possibilidade de mobilizar os procedimentos que podem fazer com que as crianças analisem o funcionamento da escrita alfabética.

Retirado: CADERNO DO PROFESSOR
Contribuições para o trabalho pedagógico - EDUCACAO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
ATIVIDADES PERMANENTES DE ALFABETIZAÇÃO PÁGs 45 A 65

SEGUE ANEXO ALGUNS MODELOS DESTE TIPO DE ATIVIDADE.
PROFESSOR: USE E ABUSE DA SUA CRIATIVIDADE PARA CRIAR NOVAS ATIVIDADES COM DIFERENTES CAMPOS SEMÂNTICOS, MAS LEMBRE-SE: SEM A DEVIDA INTERVENÇÃO (BOAS QUESTÕES QUE IRÃO DESESTABILIZAR A HIPÓTESE DOS ALUNOS, LEVANDO-OS ASSIM A PENSAR), ESSAS ATIVIDADES NÃO AJUDARÃO NOSSOS ALUNOS A AVANÇAREM.

 

ENCONTRAR RESPOSTAS PARA ADIVINHAS

Em relação às adivinhas, é preciso considerar que, no momento de fazer a atividade da forma aqui proposta, o objetivo não é que os alunos adivinhem a resposta, mas sim que encontrem, entre três ou mais palavras parecidas, uma resposta que elas já conhecem.
Portanto, a brincadeira de descobrir qual é a resposta deve ser feita, coletivamente, antes da atividade. Evidentemente, como os alunos ainda não sabem ler convencionalmente, a leitura da adivinha deve ser feita pelo professor.
Depois de ler a adivinha e brincar com os alunos, discuta com eles até que cheguem à resposta certa. É importante que compreendam o sentido figurado de algumas palavras, os trocadilhos, as brincadeiras que se faz com as palavras para organizá-las de forma engraçada...
Esse cuidado não visa o aprofundamento de uma das várias características desse gênero, e, sim, favorecer a construção de sentidos para ajudar os alunos a saberem de cor as adivinhas e suas respostas. Por isso, o grande desafio desta estratégia didática está na leitura, na escolha da resposta para a adivinha realizada pelos alunos.


ATIVIDADE
Encontrar respostas para adivinhas
O QUE O PROFESSOR
PRECISA FAZER
-Agrupar os alunos ajustando o nível de desafio as suas possibilidades, para que tenham problemas a resolver;
-Ler a adivinha para os alunos e junto com os alunos chegar à resposta oral dela;
-Propor a tarefa – entregar uma folha com a atividade para cada dupla localizar qual a resposta para aquela adivinha.
-Solicitar que os alunos socializem e expliquem como procederam para encontrar as respostas dizendo como foram encontradas.
O QUE OS ALUNOS
PRECISAM SABER
-A resposta da adivinha.
-Que têm uma tarefa a realizar e que precisarão fazê-la da melhor forma que conseguirem, contando coma a ajuda de um colega.
O QUE OS ALUNOS
PRECISAM FAZER
-Ouvir a leitura feita pelo professor;
-Ler o que foi solicitado pelo professor;
-Discutir com o colega para encontrar a resposta da adivinha;
-Compartilhar com os colegas as respostas encontradas explicando o porquê de suas escolhas.
-Variações para alunos com hipótese de escrita escrita alfabética ou silábico alfabética:
-Ler a adivinha sem que o professor leia para eles, e encontrar a resposta com certa autonomia, porém tendo também que justificar e explicar suas respostas ao professor ou
-Ler a adivinha (sem as respostas) e escrever a resposta.
O QUE MAIS FAZER

Atenção!!!! Esta atividade só começa de verdade após o aluno escolher a resposta, quando o professor questionar e pedir ao aluno que justifique sua escolha, que explique porque escolheu “aquela” palavra. Portanto é necessário uma boa intervenção do professor: solicitando/ perguntando ao aluno sempre:
·         Leia mostrando com o dedo a resposta escolhida.
·         Porque você escolheu esta e não outra resposta?
·         Observe a lista de nomes da classe. O nome de “fulano” ajuda a saber qual a resposta que você deve marcar?
·         O cartaz do texto “.......” Ajuda a descobrir qual é a resposta que você está procurando? (professor mencione outras palavras estáveis que contenham letra ou sílaba da palavra em questão orientando o aluno a buscar nelas referências/pistas para a escolha que irá fazer).
·         Com que letra começa a palavra que você procura? Com que letra termina?
·         Qual letra deve vir antes? Qual será a próxima letra?

1-ADIVINHE SE FOR CAPAZ!
VOCÊ JÁ SABE: ASSIM QUE O PROFESSOR LER CADA ADIVINHA, LEMBRE OU DESCUBRA PRIMEIRO QUAL É A RESPOSTA. DEPOIS PROCURE ONDE A RESPOSTA ESTÁ ESCRITA E CIRCULE - A. ATENÇÃO: ESTA É SÓ DE COISAS DO NOSSO CORPO!

PARA RESOLVER AS ADIVINHAS, SIGA ESTAS DICAS:

1.      ESCUTE CADA PERGUNTA, PENSE E PRESTE ATENÇÃO NA RESPOSTA.
2.     COM AJUDA DE UM COLEGA, ESCOLHA UMA DAS PALAVRAS, QUE LHE PARECER A CERTA.
3.     CONVERSE COM SEU PROFESSOR E COLEGAS E EXPLIQUE-LHES O MOTIVO DE SUA ESCOLHA.

 










O QUE É, O QUE É?


1.     VIRA A CABEÇA DO HOMEM.
PERNA
PESCOÇO
PERNILONGO





2.     DORME EM PÉ E ANDA DEITADO?





3.     QUANDO SE MEXE ALCANÇA O CÉU.
LUA
LIMA
LÍNGUA





4.     UMA PARTE SEM SERVENTIA, NÃO EXISTE QUEM NÃO TEM, HOMEM TEM, MULHER TEM, VELHO E CRIANÇA TAMBÉM.
UMBIGO
UNHA
URUBU






5.     SÃO DUAS IRMÃS GÊMEAS, MORAM JUNTAS E NUNCA SE VIRAM ANTES.
ONÇAS
OVELHAS
ORELHAS






2-SEU PROFESSOR LERÁ A ADIVINHAÇÃO, A CLASSE TODA RESPONDERÁ E VOCÊ DEVE ENCONTRAR E CIRCULAR A RESPOSTA CERTA. ESTAS SÃO DA NATUREZA.

PARA RESOLVER AS ADIVINHAS, SIGA ESTAS DICAS:

1.      ESCUTE CADA PERGUNTA, PENSE E PRESTE ATENÇÃO NA RESPOSTA.
2.     COM AJUDA DE UM COLEGA, ESCOLHA UMA DAS PALAVRAS, QUE LHE PARECER A CERTA.
3.     CONVERSE COM SEU PROFESSOR E COLEGAS E EXPLIQUE-LHES O MOTIVO DE SUA ESCOLHA.


 











O QUE É, O QUE É?


1-     ELE CORRE E CORRE, MAS NUNCA SE CANSA. ELE DESCE A MONTANHA, MAS SUBIR É FAÇANHA?
MIO
RIO
FIO




2-    O QUE É VERMELHO, MAS DEIXA RASTROS PRETOS?
FOCO
FOTO
FOGO




3-    O QUE É QUE A GENTE SENTE MAS NÃO VÊ?
VENTO
VENDO
CENTO




4-    O QUE É QUE ENTRA NA ÁGUA SEM MOLHAR?
GOL
SOL
ROL




5-    O QUE É QUE NASCE EM PÉ E CORRE DEITADO?
CHULA
CHUTA
CHUVA



















 
























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